quarta-feira, 27 de maio de 2009

A briguinha imbecil e institucionalizada que tomou conta do Brasil

Para os verdadeiros liberais (ou seja, os libertários), é uma coisa quase ridícula ver a briga entre petistas e tucanos. Os tucanos acusam os petistas de serem comunistas. Os petistas acusam os tucanos de serem neo-liberais do capeta que vão privatizar o Brasil inteiro. Enquanto isso, eu e todos os liberais de VERDADE sabem que a única diferença entre PSDB e PT é que o PSDB quer um Estado mínimo com 40% de carga tributária e o PT quer um Estado não mínimo com 40% de carga tributária. Já cansei de dizer que a Dilma é o Serra com saias e peruca e não mudo minha opinião - chego a arriscar o palpite que, do ponto de vista econômico, ela até seria melhor, já que todos sabemos que o todo poderoso governador de São Paulo acha que ele é a única pessoa do mundo que sabe das coisas. Whatever, os dois são intervencionistas e adoram um Estado forte e intervencionista. Tanto PT quanto PSDB gostam do capitalismo sem riscos: lucros privados para os amigos do rei e a conta, a população que pague.

Mas isso não é novidade, claro. Só estou recapitulando tudo isso por conta de um episódio que ocorreu essa semana. Na segunda-feira, 25 de maio, o Instituto Mises Brasil, onde eu trabalho, organizou o Dia da LIberdade de Impostos aqui em São Paulo. Porque somos a favor da trocas voluntárias entre os indivíduos e contra a violência estatal. O protesto ocorreu em outras três cidades, incluindo o Rio de Janeiro, onde foi organizado pelo Instituto Millenium. Que, para quem não conhece, é o mais social-democrata dos institutos ditos liberais do Brasil.

Obviamente, o fato de o Imil ter o editor-chefe da Veja como um de seus colaboradores foi motivo para atiçar a briguinha institucionalizada PT X PSDB (essa que eu cito no título do post).

Segue a reprodução do texto que o jornalista (ou seria ex?) Luiz Nassif publicou sobre o Dia da LIberdade de Impostos no blog dele.

Ontem o Instituto Millenium, do Rio Grande do Sul, lançou a campanha “gasolina sem impostos”. Escolheram meia dúzia de postos no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas. Eles vendem a gasolina sem cobrar a CIDE - que será paga pelo Instituto. A ideia é mostrar como o governo tunga os contribuintes com impostos.

A quantidade de postos era irrisória; os ecos na mídia, desproporcionais.

Fazem parte do Conselho de Governança do Instituto Gustavo Franco e alguns próceres da mídia, como Roberto Civita e João Roberto Marinho. O gestor do fundo patrimonial é Armínio Fraga. O Conselho Editorial é composto por Antonio Carlos Pereira - chefe dos editorialistas do Estadão - e do inacreditável Eurípedes Alcântara, da Veja.

A ironia da história é que a CIDE foi criada por um governo do qual faziam parte Gustavo Franco e Arminio Fraga. Foi reduzida recentemente.

É importante haver centros de pensamento liberais de bom nível - assim como de outras tendências. Mas não se pode enveredar pela fabricação de factóides que, em vez de elevar o debate, acabam denotando oportunismo político.


Todos sabem que o Nassif é um árduo defensor do Governo Lula e possui uma briga declarada com a revista Veja. Até ai, tudo bem. Ele tem todo o direito de criticar o Instituto Millenium de ser incoerente. O que ele não pode é deixar de checar informação e publicar uma informação errada. Sei que estou longe de ter a carreira no jornalismo que o Nassif tem (e, sinceramente, se for para escrever besteiras como essa, não quero mesmo), mas publicar a informação correta é pressuposto básico da profissão, qualquer foca sabe. Portanto, é imperdoável que um dos jornalistas que é tido como referência no Brasil tenha cometidos tantos erros grotescos em um texto tão, mínimo.

Como ele aparentemente não pretende corrigir o texto no blog, eu publico aqui, por ele, uma errata.

1. O Instituto Milennium não é gaucho. Sua sede fica no Rio de Janeiro.
2. Não foram mea dúzia de postos. Foram QUATRO postos, um em cada cidade.
3. Se a mídia deu um ótimo espaço para o evento, é porque devem ter achado que era relevante a população saber que poderiam comprar tudo em dobro se não fossem os impostos.
4. E o mais importante: O evento NÃO foi organizado pelo Instituto Millenium em todas as cidade. Em Belo Horizonte, a organização foi do Instituto de Estudos Empresariais e do Centro de Desenvolvimento de Lojistas. Em Porto Alegre, IEE e Instituto Liberdade. E, em São Paulo, foi organizado pelo INSTITUTO LUDWIG VON MISES BRASIL. Todas são entidades que tem um interesse em comum. Mas, nem tanto. Se o Millenium tem em seu conselho pessoas que outrora já criaram impostos e contribuiram para esse Estado que temos hoje, não é o caso do IMB.

O Instituto Mises Brasil é Libertário. Não interessa se o presidente é do PT, do PSDB, do PSTU ou do DEM. Não nos ocupamos com política. Nosso foco é economia sob a ótica da Escola Austríaca. Se o jornalista em questão tivesse dado um Google ele perceberia a besteira que escreveu, tanto ao omitir informações de seus leitores quanto ao juntar num balaio de gatos, instituições distintas.

E isso, obviamente, não foi por incompetência. Foi únicamente por conta da MALDITA E IMBECIL BRIGA INSTITUCIONALIZADA ENTRE PT E PSDB QUE TOMOU CONTA DO BRASIL. QUE NÃO PERMITE NEM QUE A IMPRENSA RACIOCINE MAIS DIREITO. E QUE FAZ COM QUE TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO SE TORNE UMA BRIGUINHA PARTIDÁRIA. A manisfestação, porque foi feita durante o governo Lula, foi ruim para os petistas e ótimo para os tucanos. Se fosse num governo do PSDB, seria ótimo para os petistas e horrível para os tucanos. A questão dos tributos, da economia, do dinheiro que o brasileiro poderia ter a mais no bolso ficou para segundo plano. E assim, TODAS as questões de relevância nacional viram uma briguinha entre PT e PSDB. Uma briga, obviamente, custeada com dinheiro público.

A única coisa que concordo no texto do Nassif é que não podemos fazer com que tudo vire oportunismo político. Pena que aquilo que ele próprio escreveu, ele parece não tomar como lição para si.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A comunicação

Depois de hoje, vou refletir muito sobre essa história de comunicação. Eu sei, é um pensamento idiota se você pensar que eu estudei comunicação quatro anos. Mas sinto que não aprendi absolutamente nada. Obviamente, também existe a possibilidade de o mundo estar de ponta cabeça. Como não quero fazer juízo de valor, relato e você decide quem é o louco da história/

- Alô? Oi, queria X comida e três cervejas.
- Ok, estará em sua casa em 35 minutos.

Tic, tac, tic, tac, tic, tac.

Tirty five minutes later.

Toca o interfone.

- Oi, aqui está o cartão.
- São R$ 34, ok?
- Perfeito.

Digita a senha. O motoboy tira três garrafas de cerveja, de vidro e dá.

- Moço, como assim?
- Como assim o que?
- O que são essas três GARRAFAS de cerveja?
- Você não pediu três cervejas?
- Três latas, né?
- Hum... me mandaram garrafas.
- E agora?

Porteiro corre para um lado. Não tem cascos. O motoboy pega o telefone e liga.. Fala, fala, fala...

- Tudo bem, moça, como você é cliente fiel, vamos deixar você com as garrafas. da próxima vez que você pedir, devolve os cascos.
- Sério?
- Sim,
- Ok, então. Boa noite.

E três garrafas de cerveja depois, estou aqui, perguntando. Se é só eu que acha que lugares delivery entregam cervejas de lata ou não...