quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Epifania

 "Sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo."

Estava tão claro, finalmente. Tantas sessões, tantas conversas no divã sobre o tema. Aquele pensamento que vinha e voltava o tempo todo, a eterna busca pelo complexo, pelo que não é racional. A fixação com o que não poderia ser. Tantas angústias, tantas incertezas, tantos medos. Um furacão de sentimentos que fazia com que ela ficasse ali, naquele ciclo interminável de incerteza sobre seus próprios sentimentos, suas fixações e o que ela queria para a vida.

"Qual é seu objetivo de vida? Como você se vê em dois anos na sua vida amorosa?" - perguntava seu analista.

Não, ela não conseguia responder. Porque eram muitos itens para alinhar dentro do que ela achava que almejava/queria. Daí, a fixação com o complexo. Quando se é complexo já se tem a desculpa para não dar certo. O complexo a empurrou para flertes, paixões, momentos inesquecíveis de felicidade ao longo da vida. Mas também trouxe todas as dores que só as paixões são capazes de causar. Contudo, o amor mora no simples. Da única vez que amou, amou o simples. O correto, O que é claro e direto. O que fácil, claro e recíproco. O complexo é atraente. Mas a felicidade mora no simples.

E foi isso que ficou claro como as águas do mar do Caribe: ela queria o simples, o recíproco, o que traria felicidade. Se não fosse assim, não era pra ser. E foi exatamente isso que ela foi buscar. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Estamos todas loucas

Sim, estamos. A maternidade enlouquece. Ao ponto de mães que se conhecem da internet se ofenderem num nível que se fossem nossos filhos, estaríamos envergonhadas de criar criaturinhas tão intolerantes.

Esses dias estava num grupo de Facebook que participo. Uma mãe postou um link para uma matéria sobre um bebê que tina morrido sufocado na cama dos pais e acrescentou o seguinte comentário: "sobre cama compartilhada".

Foi o suficiente para chover uma enxurrada de comentários acusando a autora do tópico de ser preconceituosa, de falar besteira. Teve uma mãe que disse que quem não faz cama compartilhada não se conecta de verdade com o filho.

Lembrei também dessa página no Facebook - Menas Main - que destila uma raiva incomum sobre mulheres que não optam pelo parto humanizado e pela amamentação prolongada. Lembro que quando descobri essa página, fiquei tão chocada que senti pena das crianças, filhas dessas mães que querem ser tão boas, que gastam sem tempo ridicularizando outras maneiras de criar filhos.

A verdade é que estamos todas inseguras que agimos como cachorros acuados. Ou, pra adequar à minha realidade, como gatos. Vou pegar o Ludwig como exemplo. Ele é um gato tão medroso e assustado, que avança, dá patada e morde por medo de ser atacado.

Acho nossas reações como mães muito semelhantes. Temos tanto medo das nossas escolhas e que outras pessoas questionem nossas escolhas, somos tão pressionadas e, muitas vezes, mal resolvidas, que nossa reação é atacar qualquer questionamento que se possa fazer sobre algo que tenhamos adotado na nossa maneira de criar filhos.

E, nessa ansiedade inteira para sermos perfeitas, acabamos cometendo erros que eu, particularmente, considero gravíssimo: que é atacar qualquer coisa que nos contrarie, sem parar para pensar ou raciocinar sobre o que estamos fazendo e porque estamos agindo tão na defensiva.

Eu compreendo que uma mãe que queria um parto natural fique muito puta quando alguém a chame de louca ou irresponsável pela sua escolha. Mas não entendo essa mesma mãe reagir tentando ridicularizar quem opta por uma escolha diferente da dela. Embora essa seja a reação natural, a ideia não é combater preconceitos? Como se combate preconceitos criando outros?

Um dos pontos que nunca gostei e jamais me atraiu nos grupos de parto humanizado é exatamente essa necessidade de falar mal da cesária. Será que não podemos exaltar o parto normal sem ridicularizar ou diminuir a outra opção?

Outra situação que me deparei esses dias num grupo de mães que participo foi um desabafo de uma mãe que amamenta contra a amiga que não quis amamentar. Ela questionava se a amiga realmente amava a filha, já que ela se recusou a dar o peito. Eu amamento, não pretendo parar tão cedo, mas sempre acho que se a mulher opta por não amamentar - seja lá quais forem as razões dela - temos que respeitar. Afinal, estamos proibidas de não querer amamentar sem sermos crucificadas?

Parece que quando o tema é maternidade, é impossível escolher um caminho sem tentar desmerecer outros caminhos, outras escolhas, outras alternativas. E é por isso que acho que estamos todas loucas. Porque não acho que a tolerância mora por ai. E entendo que mais do que parto, peito ou qualquer outra coisa, ser mãe é ensinar princípios para formar um cidadão que saiba respeitar o próximo, seja educado, tenha bom caráter, etc. Agora, como faremos isso se não conseguimos nós mesmas respeitar as diferenças entre nós, sem conseguimos tolerar nossas próprias diferenças?


domingo, 11 de maio de 2014

Carta para Luísa

Filha Luísa,
Mamãe escreve essa carta do passado. Espero que você possa ler isso quando for adulta. Quem sabe, quando for mãe? Não sei quando lerá. Sua mãe que te escreve, hoje, tem quase 29 anos. Você, quase três meses. Você dorme de bruços, deitada no meu colo. O computador está além de você.  Sinto seu cheiro, porque sua cabeça está grudada no meu rosto. Seu perfume é maravilhoso. Ele me traz paz, tranquilidade e esperança de que as coisas vão dar certo.

Hoje, 12 de maio de 2014, é meu primeiro dia das mães. Se alguém me dissesse, nesse mesmo período, ano passado, que hoje eu seria mãe, provavelmente eu riria da cara da pessoa. Mas poucas semanas após o dia das mãe de 2013, você foi gerada. Efetivamente, esse é meu primeiro dia das mães.
E, assim, quando se é só filha, dia das mães é uma data em que você agradece à sua mãe por tanto amor e carinho. Mas quando você se torna mãe, o dia das mães é mais um dia no qual a gente acorda e tem mil coisas pra fazer.

Sua avó fez papel de avó e mãe, cuidando de mim e de você o dia inteiro. Eu cuidei de você o dia inteiro. E você foi uma boa menina o dia inteiro. Ficamos as três, juntas, curtindo nosso momento família. Você hora estava no meu colo, hora no colo da vovó. Com menos de três meses, você deu muitos sorrisos, chorou, balbuciou grunhidos novos, assistiu TV pela primeira vez (Peppa), recebeu a visita da tia Paty e do tio Fábio. Mamou bastante, tomou seu “red label” sem cuspir (boa menina), dormiu, acordou, quis ficar quase o tempo inteiro sentada ou em pé. Você foi um bebê adorável.

Esse primeiro dia das mães foi maravilhoso, mas não mais maravilhoso que todos os dias da minha vida desde 22 de fevereiro, quando você nasceu. É engraçado como eu sempre achei o Dia das Mães uma data super importante antes de ser mãe. Mas agora que sou, eu não diferencio mais dia nenhum. Todos os dias contigo do meu lado, são incríveis, fantásticos e perfeitos. Agora eu sou mãe todos os dias e isso é maravilhoso – inclusive quando a senhorita inventa de não dormir na madrugada e transforma sua mãe numa sonâmbula.

Filha, se você ler esse texto daqui uns 30 anos, isso significa que eu terei quase 60 anos. Espero estar viva, com poucas rugas e magra. Mas se estiver com muitas rugas, gorda, vai ser perfeito, desde que eu possa ver você se transformar numa mulher maravilhosa, que eu imagino que você será. Eu não sei como o mundo estará, como eu, seu pai e seus irmãos estaremos, nem como será sua vida. Eu só espero que você esteja feliz e realizada como eu sou hoje. Sim, sua mãe, mesmo com muita coisa ainda pra conquistar e batalhar, é uma mulher feliz e realizada – por sua causa. Eu nunca imaginei ter uma filha antes dos 30 anos, mas você nasceu no momento perfeito e transformou a minha vida de uma maneira que eu achava impossível acontecer. Você me fez descobrir um amor que eu não sabia que existia. E me transformou na mulher mais feliz do mundo.

Desde já, espero não ser uma mãe chata, intrometida, folgada, super protetora e sem noção. Eu prometo que vou tentar não ser uma mala, embora eu já tenha sacado que quando a gente vira mãe, se torna automaticamente uma leoa em defesa da prole. E isso faz com que nós sejamos mesmo meio sem noção – tomo como exemplo a sua avó, que é o maior exemplo de vida pra mim, a pessoa mais incrível desse mundo, mas que em muitos momentos, eu tenho vontade de jogar ela pela janela. Então, eu realmente vou entender se você tiver vontade de fazer o mesmo comigo (só não chegue às vias de fato, por favor).

Meu amor, fico por aqui. Quero te dizer que no dia das mães, apelando para o clichê, você é que é o meu presente. Um presente lindo, pra vinda inteira. Obrigada por esse e por todos os anos de vida que nos esperam. Espero que quando você ler esse texto, eu esteja ao seu lado, pra lermos juntas. Mas se por ventura eu não estiver, saiba que você tem uma mãe que vai te amar pra sempre e que morre de orgulho de você.

Te amo,
Mamãe Núbia



terça-feira, 18 de março de 2014

Sobre filhos: façam

Eu olho para a Luísa dormindo e só penso que há sentimentos que são realmente inexplicáveis. Eu poderia escrever um milhão de linhas e usar todos os adjetivos de amor, ternura, felicidade e paixão e nada seria suficiente pra explicar tantos sentimentos que transbordam do meu coração. Eu sei que um dia ela vai crescer e ter vergonha da mamãe, achar a mãe chata e não ter paciência comigo. Faz parte do ciclo da vida.

Pais e filhos, mães e filhas, vivem num ciclo eterno de encontros e desencontros. E quanto mais seu filho vira gente, pensa por si só, maior é o risco de vocês se afastarem por diferença de personalidade. Quando você vira mãe, pai, precisa saber disso e se preparar psicologicamente para esse rompimento futuro. Mas enquanto os conflitos não surgem e os dilemas são mais "simples", a gente sente tanto amor, tanta paixão, tanta coisa boa, que mesmo sabendo que seu bebê não será seu bebezinho pra sempre, a gente já sabe que todo o pacote que envolve ter filhos é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa.

Eu nunca tive muita convicção da necessidade da maternidade para a minha felicidade até eu descobrir que estava grávida. Ter filhos era minha terceira ou quarta prioridade. E agora, eu só consigo pensar que eu só podia estar louca de não ter desejado a minha vida inteira ter um pacotinho de felicidade só pra mim. Cada espirro, cada soluço, cada careta, cada chorinho, cada soneca, tudo é tão lindo, perfeito, tão gostoso de olhar e pensar "puxa vida, como essa pessoinha saiu de dentro de mim?" que, de verdade, eu tenho vontade de chorar de felicidade cada vez que paro pra pensar na grandeza e privilégio que é ser mãe.

 Qualquer desencontro futuro ou qualquer stress da gravidez (há quem ame, eu não curti muito a gravidez em si), qualquer amontoado de noites mal dormidas vale a pena quando a gente olha para a serenidade no rosto do seu bebê enquanto ele dorme. Por isso, se alguém me perguntar o que eu penso sobre ter filhos, hoje, eu só digo o seguinte: façam, porque é o maior amor que você pode sentir nessa vida e você só descobre essa imensidão de sentimentos vivendo tudo isso.





segunda-feira, 10 de março de 2014

Mãe de primeira viagem e suas pirações

No geral, eu, Núbia Tavares, sou uma pessoa cautelosa e medrosa. Odeio correr qualquer tipo de risco e nada me deixa mais em pânico que não estar no controle da situação. Definitivamente, não sou uma pessoa que acha legal convites para pular de paraquedas, fazer trilhas (eu vou cair), entrar no mar agitado, andar de banana (odeio, certeza que vai sobrar um pé na minha cara), fazer tirolesa e qualquer outro tipo de atividade que possa colocar minha vida em risco.

Quando criança, eu evitava ao máximo subir me árvores. Na única vez que me arrisquei, aos 8 anos, cai e torci o tornozelo. Odiei aquilo com todas as minhas forças e, desde então, eu evito qualquer tipo de aventura que possa me fazer quebrar um osso. Posso dizer que tenho sido competente na missão, já que nunca tive que colar nada no meu corpo e tenho me mantido ilesa.

Agora, peguem uma pessoa completamente pilhada com evitar acidentes e joguem um bebê pra ela cuidar. Sentiu meu drama? Mas ai, lendo aqui e lá, eu descobri que muita das minha pirações são completamente comuns a todas as mamães novatas. Por isso, se você se ver em uma das situações abaixo, don´t worry, be happy and welcome to the team.

1. Ficar mexendo a barriga pra ver se seu bebê está bem: no final da gravidez da Luísa, minha vida era chacoalhar a barriga e falar "acorda, Luísa!". Era só eu ficar mais de uma hora sem sentir os movimentos dela que entrava na pilhação. E mexia, falava, comia chocolata, tomava sorvete ou água gelada. Fazia de tudo, até sentir ela mexer.

2. Ficar pilhada com a pulseira da maternidade: Quando o Sérgio me contou que quando os gêmeos nasceram ele não sossegou até colocarem a pulseira de identificação nos bebês, eu dei risada. Quando a Luísa estava pra nascer... comecei a repetir pra ele pelo amor de Deus vigiar nossa filha pra ela não ser trocada na maternidade! Pra nossa sorte, na Pro Matre, a pulseira de identificação é colocada na própria sala de nascimento. Então, o risco de ter se bebê trocado é praticamente nulo. Mas  não custa checar, não é mesmo?

3. Ficar checando se seu bebê está respirando: sou pilhada com refluxo, engasgos, morte súbita e afins. E como a respiração do recém nascido é muito fraquinha, minha vida é ficar colocando a mão no peito da Luísa quando ela tá muito quietinha pra checar se ela está respirando, se está bem.

4. Se assustar com qualquer grunhido: a melhor coisa para uma mãe de primeira viagem é ter um marido que não é pai de primeira viagem. Porque quando seu bebê começar a reclamar de manha, ele vai te explicar que você não precisa se desesperar e correr pro berço pra por a criança no colo. Resmungos, grunhidos e afins são normais, mas quem disse que a gente aguenta a cria falando longe da gente?

5. Fazer uma pesquisa no Google e ter certeza que o pior acontecerá: gente, o Google é ótimo, é incrível, ajuda pacas... exceto se você está grávida ou é mãe de primeira viagem. Não importa se seu filho está apenas com uma tosse ou se você apenas está sentindo um desconforto. O resultado da pesquisa do Google vai traçar o pior cenário possível e você terá certeza de que algo terrível está para acontecer com você e seu filho. Mães são pessimistas por natureza e o Google ajuda a reforçar essa característica. Evite.

6. Dar peito pra tudo: No começo, a gente não sabe porque o bebê está chorando. E como quase tudo a gente resolve com peito... Ele passa a ser a solução pra tudo. Chorou? Dá peito. Acordou? Dá peito. Tá com gases? Dá peito. Depois de um tempo, a gente aprende que tem coisas que o peito não resolve. Mas até descobrir... dá o peito!

Por enquanto, essas são minhas neuroses. Mas tenho certeza absoluta que outras novas virão por ai, porque, de novo, mães são pessimistas. E o pessimismo faz a gente surtar... E as suas neuroses, quais são? Você tem alguma? Divida com a gente nos comentários do post. :)




sexta-feira, 7 de março de 2014

Culpa de mãe

Nem completei duas semanas como mãe e já saquei que o maior problema da maternidade moderna não é trocar fraldas, passar a noite em claro ou ver seu pimpolho(a) doente. Nosso grande problema se chama "culpa". Em resumo, a culpa mór de quase todas as mulheres é não conseguir ser como as mães de antigamente, que não precisavam trabalhar fora. Com tantas cobranças - ser ótima profissional, linda mulher e mãe perfeita - morremos de culpa por não podermos dar conta de tudo da maneira que gostaríamos. Até ai, tudo normal. O problema é que, talvez por não termos consciência da culpa maior, entramos na pilha do roteiro para ser uma mãe perfeita e, naquilo que escapamos do script, o mundo desaba e passamos a nos considerar as piores mães do mundo.

Vou usar meu exemplo pessoal. Pelo manual da mãe politicamente correta dos grupos de Facebook, eu me deveria culpar por:

1. Não ter feito uma dieta saudável na gravidez e ter comido chocolate e tomado refrigerante
2. Ter feito uma cesária, e não um parto normal humanizado sem anestesia
3. Não ter feito yoga ou pilates durante a gravidez
4. Não ter achado incrível ficar inchada e gigante no último trimestre da gravidez
5. Ter comprado chupeta e mamadeira pra minha filha - e ter dado chupeta pra ela com uma semana de vida
6. Não achar nada idílico a dor da Luísa mordendo meu seio
7. Ter zero encanação caso não seja possível amamentar apenas com leite materno até os 6 meses e seja necessário dar leite artificial

Coloquei "deveria me culpar" porque eu realmente não me culpo por nenhuma das decisões que eu tomei ou que eu venha a tomar na criação da Luísa. Leio muito, devoro o tema e faço o que acho melhor para a Luísa dentro do estilo de vida que eu considero melhor pra mim. E, no meu caso, xiitismo de qualquer lado não é  minha praia. Da mesma maneira que não vou deixar de amamentar minha filha porque o peito cai, também não vou ficar insistindo na amamentação se isso se tornar uma tortura - sim, porque tem mãe que sente tanta dor que chora só de pensar que daqui a pouco o filho vai acordar e vai querer mamar. Mas a verdade é que nem toda mãe está preparada para a avalanche de cobranças que são feitas a partir do momento em que você engravida por todos - família, amigos e grupos de mães do Facebook.

O que mais leio na internet são mulheres se sentido menos mãe, incompetentes, incapazes, sofrendo porque, na prática, um parto normal dói pra cacete e ver seu filho chorando de fome porque seu leite não é suficiente não é nada legal. E como a mulher se cobra que ela deveria achar lindo tudo isso, sofre de um milhão de culpas por não conseguir ser a mãe perfeita. Mas o que mais me choca nisso tudo é que 80% dessa culpa é externa. A mulher se sente culpada porque é cobrada por todos a ter uma postura X ou Y. E é incrível como TODO MUNDO acha que sabe o que é melhor pra sua gravidez e bebê do que você mesma. Todo mundo aponta, reclama, acha defeito e te convence de que você não está fazendo as coisas como deveria. E como é o seu début na maternidade, você acaba acreditando que os outros estão certas e você, errada. E, logo, você não está sendo mãe o suficiente. E dai, a chuva de culpa.

Quando eu vejo mulheres sofrendo e se achando piores porque tiveram que dar complemento para o filho aos 4 meses e no grupo de amamentação que ela participa no Facebook dizem que ela tá errada, eu gostaria de pegar a pessoa pela mãe e falar: amiga, senta e sinta a naturalidade com a qual minha mãe me conta que deu mamadeira pra mim na maternidade. Agora, olha pra mim e escuta: considero a minha mãe a melhor do mundo. Invejo nossas mães que, mesmo cuidando de nós de maneira que hoje, são consideradas erradas, faziam isso sem culpa e sem cobrança. Há 20, 30, 40 anos, ninguém achava que você era menos mãe por dar mamadeira, chupeta ou sopinha para o seu filho. Por que, então, adoramos apontar o dedo para os outros e dizer que fulana é preguiçosa, menos mãe ou sei la mais o que por não cuidar do seu filho de maneira A, B ou C?

Não que eu ache que as coisas não mudam. Muito pelo contrário: considero lindo o tanto que a ciência evoluiu e como fomos aprendendo como cuidar cada vez melhor dos nossos bebês. Mas acho que o xiitismo com que muitas mães tratam o tema contribui para a criação de um problema que, no final das contas, não é tão determinante assim. Afinal, um dente torto de uma chupeta se pode consertar, assim como nunca vi nenhuma criança morrer porque tomou sopinha aos quatro meses de idade. Claro que se você puder dar apenas peito ate os 6 meses, é maravilhoso e incrível (inclusive, é o que pretendo fazer, se possível). Mas sou completamente contra qualquer sentimento de culpa caso o script da maternidade ideal não se concretize. Principalmente porque sabemos que entre o que idealizamos e o que vivemos, normalmente há uma grande distância. E é preciso entender que mais importante que a maneira como você vai colocar seu filho no mundo ou como vai alimentá-lo, são os valores e princípios que você ensinará para ele. É isso que te fará ser uma boa mãe.

Se você dá só peito, se dá complemento, se fez o parto assim ou assado, isso realmente não importa tanto quanto achamos que importa ou tanto quanto dizem pra gente.  Você sera mais mãe se souber dar amor, carinho, atenção e ensinar seu filho a ser uma boa pessoa, ter caráter, respeitar o próximo e ser honesto. Não precisamos de mães que encarem a maternidade como um protocolo a ser seguido para ganhar o diploma de perfeição das amigas do Facebook e que se culpam, sofrem e se martirizam por não terem alcançado aquela perfeição almejada e propagada como a ideal. Precisamos de mães que compreendam que a maneira como educamos nossos filhos é a nossa grande contribuição para a transformação da nossa sociedade - seja para melhor ou para pior. E que uma sopinha ou água antes dos seis meses, não faz tanto mal quanto formar um ser humano sem princípios e moral.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

37 SEMANAS

Quando a semana 37 chega, toda mamãe respira aliviada. Esse é o marco que separa os bebês entre pré-maturos ou não. Se a gestação chega nesse ponto, sabemos que as chances de ter complicações no parto devido à prematuridade se reduzem consideravelmente. Pra quem teve a gravidez classificada como de "alto risco" desde à 28ª semana e teve que tomar remédio pra evitar parto pré maturo, isso significa tirar pelo menos uns 100 quilos dos ombros - no caso, dos meus.

Olho a barriga mexer pra lá e pra cá, sem que eu tenha qualquer controle, e só consigo sorrir. Sei que essa história de ser mãe ainda nem começou na minha vida, mas me sinto feliz e satisfeita de tudo ter dado certo até agora. Já sei que nunca mais minha vida será a mesma, mas rezo e torço pra que tudo sempre acabe bem. Sei que terei noites de insônia, terei dores de cabeça, mil preocupações para o resto da vida. Que vou amar muito a Luísa, que um dia ela vai sair de casa, que podemos brigar muito, que serei a mãe "chata" na adolescência e depois, a velhinha ranzinza quando ela estiver adulta. E que tudo isso faz parte do ciclo da vida. Rezo pra morrer velhinha e que, quando isso acontecer, que a Luísa esteja bem, adulta, saudável, com juízo, caráter e tendo alguém pra ela amar.

Sei que apesar da minha ansiedade - mais duas semaninhas! - fazer com que esse tempinho final pareça uma eternidade, tudo vai passar muito rápido. Hoje ela se estica dentro de mim, fazendo da minha bexiga um pula-pula. Vou piscar o olho e a mocinha estará se formando na faculdade. Portanto, quero MUITO conseguir curtir ao máximo tudo, cada momento, cada instante da vida da Luísa. E tentar ter o equilíbrio pra educar sem mimar ao extremo ou ser "ausente". Peço sempre que eu saiba equilibrar os "nãos" e os "sims" para que a Luísa se torne uma pessoa que entenda a importância de ter limites, de respeitar o próximo. Porque acho que as lições mais importantes da vida de toda pessoa é saber respeitar o outro e entender que nada cai do céu - é preciso trabalhar duro e enfrentar muitas dificuldades nessa vida para crescer e ser alguém melhor.

Mas, por enquanto, minha realidade é esperar. Mais duas semanas. Ou talvez menos - tudo depende dela me esperar até a data da cesária ou de querer nascer antes. Tudo está pronto: o quarto tá arrumadinho. Todas as roupinhas estão lavadas, passadas e arrumadas. Do enxoval, só falta comprar uma lixeira e a garrafa de café, coisa que resolverei amanhã. Todos os lençóis, edredons, mantas e afins também já está lavado e limpo. Na mala da maternidade, só falta jogar meu kit de higiene pessoal e roupa, porque todo o resto já tá lá: as seis trocas de roupa, lembrancinhas, quadro da porta da maternidade e o enxoval da mamãe. Consegui até contratar uma pessoa pra me ajudar nos afazeres domésticos agora que o trabalho vai aumentar. Sim, está tudo pronto à espera da pequena Luísa. 

Cabeça vazia, mil medo surgem. Vou dar conta? Como ela vai ser? Vai nascer saudável? Vai ter muitas cólicas? Ou será um bebê tranquilo? Vou conseguir amamentar? Vou saber cuidar? Vou saber pegar nela? Será que vou me desesperar? Será que vou saber ser mãe? O tal instinto maternal vai surgir? E meu sono, vai ficar leve? Vou saber dar banho? Trocar fralda? Vou dar conta de cuidar de um serzinho que precisa de mim para sobreviver? 

Trinta e sete semanas.
Falta pouco e falta muito pra minha vida começar de novo. 
A expressão "esperar um bebê" nunca fez tanto sentido sentido.

#vemluísa

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Quem Raquel Sherazade representa?

Minha opinião sobre as colunas da Raquel Sherazade: vi poucas, e as poucas que vi, são rasas, fracas e cheias de clichês e lugares comuns.Em resumo, são extremamente superficiais.  Não digo que ela é burra, porque considero que existe a possibilidade de que suas opiniões são superficiais pelo fato de falar na TV - e TV demanda linguagem simples e pobre, fácil de ser compreendida por qualquer um. Eu também não a conheço, por isso, vou dar a ela o benefício da dúvida.

As poucas colunas da Raquel que li foram após reclamações na minha timeline do Facebook. Queria saber quem era a tal jornalista cujo pescoço estava sendo pedido pela esquerda burguesa paulista. Em resumo, encontrei uma animadora de debates de faculdade que se mostra extremamente conservadora nos costumes. É a cara do que no Brasil se passou a chamar de "reaça". Do que já li, ela é "reaça, energúmena, racista, nazista, facista, xenófoba, homofóbica". Logo, deveria ser proibida de falar. E ser demitida sumariamente do posto de apresentadora/colunista do Jornal do SBT.

O mundo no qual vivo hoje é um mundo permeado por pessoas que fizeram faculdade, possuem trabalho e vivem do lado de cá da marginal - ou seja, no centro limpo e sem barracos de São Paulo. Mesmo sem cruzar a ponte, o que mais vejo são pessoas dando opiniões e dizendo que representam pobres, negros da periferia, mulheres, gays e qualquer minoria que você possa imaginar. Quase todos são de classe média, vivem razoavelmente bem e tiveram acesso à educação e cultura. Acho normal e entendo perfeitamente todas as argumentações e indignações dos meus amigos. Raquel Sherazade é boçal e não representa realmente a juventude de classe média que possui educação e é politicamente correta.

Mas Raquel Sherazade representa uma grande quantidade da população brasileira. Essa população que ela representa não é a elite que compra no Shopping Cidade Jardim e JK Iguatemi, que viaja pra Miami, Paris e NY e que paga mil reais num jantar. RAQUEL SHERAZADE REPRESENTA AS CLASSES C, D e E. Representa quem mora do outro lado da marginal, nas periferias da cidade. Ela representa a população do interior do país. As senhoras que frequentam cultos evangélicos e dão dízimo em igrejas neo pentecostais achando que assim terão sua vaga no céu. Ela representa o povo de recebe bolsa família, ou que vive de salário mínimo. Raquel Sherazade faz sucesso com aquele "bando de nordestinos que elegem o PT por causa do bolsa família" - só pra usar um termo do "reaça" padrão.

Quem acha que bandido bom é bandido morto, no geral, são as pessoas com menor acesso à educação. A noção de "direitos humanos" é resultado do aumento do nível educacional. Quanto mais educado um povo/nação/estado, maior é o respeito aos direitos humanos e às minorias. Esse, obviamente, não é o caso do Brasil. Ainda estamos há anos-luz de ser um país civilizado. Temos um volume de adultos analfabetos gigantesco. Temos hordas de jovens saindo da faculdade sem dominar o português. Gente que estudou em escola ruins, com professores despreparados, fez uma faculdade péssima e mal sabe interpretar texto - e que lê a coluna do Antonio Prata e não entende a ironia óbvia do texto, só pra citar um caso recente.

A maior parte das pessoas neste país não lê livros, jornais ou revistas. Quem tem na TV sua principal fonte de informação são as pessoas das classes mais baixas. E são elas que aplaudem o fasciscmo,xenofobismo, racismo, homofobia e afins da colunista/apresentadora do SBT. Silvio Santos é tudo, menos burro. Ela não está no cargo que ocupa se esse gênio da televisão brasileira não soubesse muito bem que seu público - que é composto de tudo, menos da elite branca - se vê representando nas colunas indignadas da jornalista, mulher e nordestina Raquel Sherazade (acho importante lembrar disso, porque ela faz parte de pelo menos, duas minorias pelas quais aqueles que a abominam adoram dizer que defendem).

Enquanto a classe média consegue mil (dez, vinte, cinquenta) compartilhamentos indignados contra a Raquel Sherazade, o grosso da população aplaude o que ela fala na TV. E, não, embora não seja de esquerda, nem de longe concordo com o que já vi a tal jornalista falando. Mas é burrice achar que ela estaria opinando sobre matar bandidos, manter "Deus é fiel" nas células, contra o aborto e afins, se ela não tivesse uma audiência gigantesca que a aplaude e pensa exatamente como ela.

A maior parte das pessoas que lerem esse texto vão achar um absurdo. Outra pequena parte, vai discordar por achar que ela é "incrível". Mas quem sustenta o espaço que a Raquel tem no SBT não sou eu, você ou qualquer campanha de "fora sherazeda" no Facebook. O cidadão de bem tão odiado por quem odeia a Sherazade não é o homem, héreto, branco, de classe média alta que viaja para fora do pais todo ano. Quem mantém a Raquel ali, falando o que pensa, é quem é pobre. O cidadão de bem racista é quem mora na periferia, na zona rural, nas cidadezinhas pequenas e pobres dos rincões desse país.

Goste ou não, o fato é esse.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Verão, amigo, vem cá bater um papo...

Oi, verão, tudo bem com você?

Pelo visto, sim. Você está radiante, quente, brilhante, hot, né?

Que ótimo pra ti. Porque pra mim não está legal.

Eu sei que nossa relação nunca foi muito legal. Sempre achei o inverno mais atraente que você. Não tenho culpa se acho sobretudo mais sexy do que um vestido colado no corpo.

Sei também que você não tem culpa de eu ter nascido num país tropical, onde passo a maquiagem e dali dois minutos, você derrete ela.

Mas nossa relação já foi muito melhor, né?

Por exemplo, eu convivo muito bem contigo quando estou na praia. Ou dentro de uma piscina. Ou quando chove e minha cabeça não vira uma torradeira ambulante.

Também acho nossa relação perfeitamente saudável quando um ventilador e um banho gelado resolvem essa sudorese chata que você provoca em mim e no resto a humanidade.

Sim, é chato. É desagradável se sentir com uma cachoeira com odor desagradável, entende? Sendo eu, ou sendo outras pessoas, essa sensação que você provoca em nós não é legal. Mas dentro de certos limites, ok.

O problema, verão, é que você tá meio que passando dos limites, né? E aquela chuvinha marota que você mandava todos os anos? Não precisa alagar a cidade, mas ela podia dar as caras, né? Ia fazer tão bem, viu?

E também sinto saudades quando você, apesar de todo esse calor, me deixava dormir. Poxa, custa colaborar?

Amigo verão, eu to grávida! De nove meses! Você sabe o que é isso? Não,  né? Então, vou te falar: é cansativo. Porque estou enorme. E você está colaborando pra me deixar mais inchada, cansada, sem conseguir pensar.

Tem uma pessoa se remexendo dentro de mim. Isso me faz ficar mais cansada e transpirar mais. E logo agora, você inventa de vir com toda a força do universo? Tu tá de sacanagem comigo, né?

Querido, eu preciso trabalhar! Dá pra ajudar ai? Pega leve! To quase te achando elitista. Porque de tanto calor, só os ricos escapam. O que você tem contra pobres sem ar condicionado e dinheiro pra ir pra praia e mulheres grávidas? Pode falar? Porque você só pode ter preconceito contra a gente!

Verão, é o seguinte: nunca te amei, mas sempre te aturei. Mas se você continuar desse jeito, vou ter que cortar relações contigo, tá ligado?

Então, pega leve ai e dá um refresco.

Grata,

Núbia Tavares

ps. essa foto ai embaixo sou eu e meu humor em relação à você, só que ao contrário.




sábado, 1 de fevereiro de 2014

E os gatos?

Desde que comecei a contar para as pessoas que eu estava grávida, escuto apergunta:

- Mas, e os gatos?

Confesso que essa pergunta não fez o menor sentido na primeira vez que ouvi. Nem na segunda, nem na terceira. E jamais fará. Não sei em que momento do mundo isso aconteceu, mas aparentemente, é consenso de que se você está grávida, não pode ter um gato. O que basicamente mostra que vivemos no século XIX ainda, dado o tamanho preconceito em torno do bichano e de como ele pode ser prejudicial a uma grávida.

Gatos não atrapalham a gravidez. Ah, sim a toxoplasmose. Claro! Obviamente, as pessoas ignoram que apenas 1% dos gatos são infectados pelo vírus. Que pra pegá-lo, é preciso ingerir fezes. Você conhece alguém que come cocô de gato? Eu não. E, considerando que meus gatos nasceram e cresceram dentro de um apartamento (só descobriram que passarinhos existem há um ano, quando nos mudamos pra casa), cai ainda mais a possibilidade deles terem tido contato com o vírus que causa toxoplasmose na vida.

Quando falei pra minha médica que eu tinha gatos desde criança, ela tinha certeza que eu já teria imunidade contra a toxoplasmose. Pra surpresa dela, eu não tinha. Repeti o exame mais duas vezes ao longo da gestação e todos deram negativo.Ela ficava implorando pra eu não deixar os gatos não subirem em cima das coisas (como se fosse possível  ahahahahah). Até chegou a me perguntar se eu não tinha onde deixar os gatos temporariamente.

Nesse meio tempo, fui levar o Riquinho na nova veterinárias dele, aqui perto de casa, por conta de uma dermatite fúngica que ele pegou em setembro. A veterinária estava grávida de nove meses. Como mãe de primeira viagem, comecei a fazer várias perguntas de curiosa. E resolvi perguntar sobre a bendida da toxoplasmose. A Dra. Ana Paula me contou que era a segunda gestação dela. O pai dela também é veterinário e ela convive com gatos desde criança. Além de ser veterinária há treze anos. E, advinha? Ela também não tem imunidade contra toxoplasmose. Porque convivendo com bichanos diariamente, nunca pegou a doença.

Contei pra minha médica e foi o que eu precisava pra ela parar de me perguntar sobre os gatos. Ficou até surpresa em saber que alguém que convivia tanto com gatos não tinha tido até hoje a bendita da toxoplasmose. Na prática, a única coisa que parei de fazer em relação aos gatos na gravidez foi deixar de limpar a caixa de areia. Só isso.

Depois disso, passei a fazer questão de explicar pra todo mundo sobre "os gatos" quando me perguntam. Até porque, o que as pessoas esperavam que eu fizesse? Jogasse os gatos na rua? Crio os dois desde bebê. São meus filhotes de quatro patas. A única coisa que acontece quando você tem gatos e fica grávida é continuar a ter os gatos, oras.

Passada a fase da toxoplasmose, agora me perguntam: E os gatos? O que você vai fazer quando a Luísa nascer?

Novamente, não vou jogar os gatos na rua. Introduzir uma criança na vida de gatos não é simples, mas também não é nada de outro mundo. É uma questão de adaptação que, dadas as devidas proporções, é semelhante a adaptação do irmão mais velho ao novo irmãozinho.

Ludwig morreu de ciúme quando adotei o Riquinho. Aliás, as brigas entre os dois só cessaram quando castrei ambos. Quando os gêmeos lindos vieram passar férias aqui em casa com o papai Sérgio e a tia Núbia, Ludwig ficou três dias num ciúme sem tamanho. Fazia fuzzzz pros dois e chegou a dar uma patada no Lipe. Ao final de 15 dias, ele ficava se esfregando na Lygia. Acostumou-se. Percebeu que as crianças não representavam perigo e que continuávamos a dar atenção pra ele. O Riquinho virou um boneco das crianças, que pegavam ele no colo e corriam com ele pra lá e pra cá. A Lyginha, que é alérgica à pelo, só ficou com o olho irritado no primeiro dia. Depois, não teve nem sinal de rinite por conta dos gatos. Tudo, uma questão de adaptação e paciência. Por que seria diferente com a Luísa?

Os gatos vão se adaptar a ela, oras. Por medida de segurança, colocamos gradinha no quarto dela, da mesma maneira que já temos no nosso (eles não dorme com a gente e não vão dormir com ela). Mas, durante o dia, com a minha supervisão ou do Sérgio, os gatos vão conviver com a Luísa. E vice-versa.

Faz bem para crianças conviverem com bichos. Ajuda a fortalecer a imunidade, diminui o risco de alergias e ensina, desde pequena, as crianças a terem responsabilidade. Ou seja: quando a Luísa nascer, os gatos vão continuar como parte dessa família, como são desde a época em que a família era apenas eu e o Ludwig.

ps. pra quem quiser entender melhor essa relação de gatos, toxoplasmose e gravidez, também indico o post da Paula, do Paulatinamente sobre o tema. Vale a leitura!