domingo, 11 de maio de 2014

Carta para Luísa

Filha Luísa,
Mamãe escreve essa carta do passado. Espero que você possa ler isso quando for adulta. Quem sabe, quando for mãe? Não sei quando lerá. Sua mãe que te escreve, hoje, tem quase 29 anos. Você, quase três meses. Você dorme de bruços, deitada no meu colo. O computador está além de você.  Sinto seu cheiro, porque sua cabeça está grudada no meu rosto. Seu perfume é maravilhoso. Ele me traz paz, tranquilidade e esperança de que as coisas vão dar certo.

Hoje, 12 de maio de 2014, é meu primeiro dia das mães. Se alguém me dissesse, nesse mesmo período, ano passado, que hoje eu seria mãe, provavelmente eu riria da cara da pessoa. Mas poucas semanas após o dia das mãe de 2013, você foi gerada. Efetivamente, esse é meu primeiro dia das mães.
E, assim, quando se é só filha, dia das mães é uma data em que você agradece à sua mãe por tanto amor e carinho. Mas quando você se torna mãe, o dia das mães é mais um dia no qual a gente acorda e tem mil coisas pra fazer.

Sua avó fez papel de avó e mãe, cuidando de mim e de você o dia inteiro. Eu cuidei de você o dia inteiro. E você foi uma boa menina o dia inteiro. Ficamos as três, juntas, curtindo nosso momento família. Você hora estava no meu colo, hora no colo da vovó. Com menos de três meses, você deu muitos sorrisos, chorou, balbuciou grunhidos novos, assistiu TV pela primeira vez (Peppa), recebeu a visita da tia Paty e do tio Fábio. Mamou bastante, tomou seu “red label” sem cuspir (boa menina), dormiu, acordou, quis ficar quase o tempo inteiro sentada ou em pé. Você foi um bebê adorável.

Esse primeiro dia das mães foi maravilhoso, mas não mais maravilhoso que todos os dias da minha vida desde 22 de fevereiro, quando você nasceu. É engraçado como eu sempre achei o Dia das Mães uma data super importante antes de ser mãe. Mas agora que sou, eu não diferencio mais dia nenhum. Todos os dias contigo do meu lado, são incríveis, fantásticos e perfeitos. Agora eu sou mãe todos os dias e isso é maravilhoso – inclusive quando a senhorita inventa de não dormir na madrugada e transforma sua mãe numa sonâmbula.

Filha, se você ler esse texto daqui uns 30 anos, isso significa que eu terei quase 60 anos. Espero estar viva, com poucas rugas e magra. Mas se estiver com muitas rugas, gorda, vai ser perfeito, desde que eu possa ver você se transformar numa mulher maravilhosa, que eu imagino que você será. Eu não sei como o mundo estará, como eu, seu pai e seus irmãos estaremos, nem como será sua vida. Eu só espero que você esteja feliz e realizada como eu sou hoje. Sim, sua mãe, mesmo com muita coisa ainda pra conquistar e batalhar, é uma mulher feliz e realizada – por sua causa. Eu nunca imaginei ter uma filha antes dos 30 anos, mas você nasceu no momento perfeito e transformou a minha vida de uma maneira que eu achava impossível acontecer. Você me fez descobrir um amor que eu não sabia que existia. E me transformou na mulher mais feliz do mundo.

Desde já, espero não ser uma mãe chata, intrometida, folgada, super protetora e sem noção. Eu prometo que vou tentar não ser uma mala, embora eu já tenha sacado que quando a gente vira mãe, se torna automaticamente uma leoa em defesa da prole. E isso faz com que nós sejamos mesmo meio sem noção – tomo como exemplo a sua avó, que é o maior exemplo de vida pra mim, a pessoa mais incrível desse mundo, mas que em muitos momentos, eu tenho vontade de jogar ela pela janela. Então, eu realmente vou entender se você tiver vontade de fazer o mesmo comigo (só não chegue às vias de fato, por favor).

Meu amor, fico por aqui. Quero te dizer que no dia das mães, apelando para o clichê, você é que é o meu presente. Um presente lindo, pra vinda inteira. Obrigada por esse e por todos os anos de vida que nos esperam. Espero que quando você ler esse texto, eu esteja ao seu lado, pra lermos juntas. Mas se por ventura eu não estiver, saiba que você tem uma mãe que vai te amar pra sempre e que morre de orgulho de você.

Te amo,
Mamãe Núbia