quinta-feira, 26 de julho de 2012

Para refletir

Quando tomados por nossa dor, ficamos aprisionados pelo peso de nossa tristeza, e não conseguimos enxergar a dor das pessoas mais próximas.

Não importa o quanto nos sintamos mal, sempre haverá alguém pior. Lembre-se disso hoje e encontre formas de se livrar do peso do medo e da dúvida, para que você possa ajudar outra pessoa.


By Yehuda Berg.





quarta-feira, 18 de julho de 2012

O melhor lugar para se estar

Acho legal quando alguém vem falar que lê meu blog. Principalmente porque esse é um blog pessoal, atualizado conforme minha inspiração e disposição (ou seja, quase nunca) e quase um diário. Não é especializado em nada, não tem pauta definida.

Tudo o que escrevo aqui são idéias que surgem e não se conformam em ficarem presas dentro da minha cabeça - elas se rebelam e correm para cá. Muita coisa não deve fazer sentido para muita gente, porque esse blog é escrito essencialmente para mim. Eu sou o público-alvo do meu blog. Curiosamente, há quem leia e goste. É surpreendente e estimulante.

Gostaria de poder entrar na cabeça de cada pessoa que acessa este blog e entender como vocês interpretam cada frase, cada texto. Aposto que fazem uma leiteira completamente diferente da minha. E, por isso mesmo, me divirto imaginando os pensamentos de vocês. Aliás, adoro imaginar o que se passa na cabeça dos outros. Não só sobre meus textos, mas sobre pessoas em geral.

Exemplo: ontem eu estava saindo de casa para ir vir para a casa do meu namorado. Ao lado da minha casa, tem um viaduto, onde sempre encontro moradores de rua dormindo lá. Estou acostumada com eles. Não me assusto; muito pelo contrário, me sinto mais segura com a presença deles. Sempre reparo, olho e, se tiver abertura, cumprimento.  Mas ontem foi diferente.

Olhei e lá estava aquele casal dormindo abraçado, de conchinha. Chovia muito e era quase um milagre que o lugar onde eles dormiam estivesse sequinho. Fazia muito frio também. Enrolados numa manta cinza, abraçados, como se estivessem dormindo no lugar mais quentinho e confortável do mundo. Estariam sonhando? Se sim, sonhando com o que? Com uma vida melhor? Com uma casa? Com emprego? Com filhos? Com o futuro? Fiquei olhando a cena, emocionada. Continuei minha caminhada até o ponto de táxi, mas sem tirar a imagem da cabeça.

No meio do frio e da chuva, aquele casal de mendigos, sem perspectiva de ter aquilo que costumamos chamar de vida normal, vida de classe média, dormia abraçado. Um agarrado ao outro. O homem abraçando a mulher. Como eu faço com o meu namorado. Como qualquer casal que se ama faz quando tem sono: se envolve no melhor braço do mundo e domer o sono dos anjos.

Como disse meu amigo Henrique no Twitter hoje,"tem lugar melhor no mundo para estar do que nos braços de quem a gente ama?".

É. Não tem. Na chuva, na rua, no frio, no asfalto, ou na cama com lençóis limpos e edredon quentinho. O melhor lugar para se estar é estar com quem se ama.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tik tok, tik tok, tik tok...


O tempo passa. Só que não. Você olha. O tempo se arrasta. O estômago dói. Você sente a presença dela. Ela chega, senta e, daquele jeito que só ela tem, ela olha para você. Você fica hipnotizada. Ela tira os óculos e o coloca no seu rosto. Você só passar a enxergar o que ela quer que você veja. Sua visão de mundo passa a ser a dela. Tudo fica demorado. Lento. Dá sono. Dá medo. Dá vontade de arrancar os cabelos fora. 

As unhas. Pra que elas servem mesmo? Para nada, claro. Então, vamos comer o esmalte. Acabar com ele lentamente. Em seguida, as unhas. Roê-las, comê-las, até sangrar. E a fome? Sim, você sente aquela fome insuportável. E se entope de comida. E de bebida. E de comida. E de bebida. E de tudo. Você come como se o mundo fosse acabar. Você fuma? Não é o meu caso, mas caso sua resposta seja sim, prepare-se: você vai detonar maços e maços de cigarro. E nada adianta. Latas de ceveja, maços de cigarros, barras de chocolate.

Você olha no relógio. Olha pela janela o mundo lá fora. Ela continua aqui, sentada ao seu lado. Lá fora, o sol começa a se por. A tarde começa a cair. A noite começa a dar os primeiros ares. E o que importa?

A garganta começa a ganhar vida própria. Ela quer soltar coisas para fora. Em alto e bom som. Vontade de gritar, berrar, urrar. Vontade de sair pulando feito louca. Vontade de saltitar, jogar tudo para o ar, tacar água nos outros, jogar cerveja na cabeça. Vontade de escrever alucinadamente no twitter. Trabalhar para quê?

Tudo isso junto, ao mesmo tempo.

Ela, continua ali, sentada. Você olha de novo para o relógio.

Tik tok, tik tok, tik tok.

Ainda faltam 5h para o jogo.


 E a dona ansiedade não sai de perto de você.