quinta-feira, 14 de junho de 2012

O que é moda mesmo?


Sendo direta: Não sigo tendências. Acho chato. Penso que há  muito de sério e bacana no mundo da moda. Apesar de não me ligar, como não respeitar personalidade do porte de Coco Channel, Kenzo, Carl Lagerfeld? Se você ler um pouco sobre esses e os principais nomes da alta costura, suas tragetórias, vidas e criações, encontrará um mundo interessantíssimo, rico, profundo, criativo e que mudou costumes e comportamentos.

Agora, não me venham falar que isso que vemos hoje em dia é moda. Por acaso, descobri, um dia, um blog chamado Shame On You, Blogueira. E, por esse site, descobri o universo  dos blogs de “moda”, com seus infinitos looks do dia. Blogs feito por meninas ricas, com um guarda-roupas cheeeio de todas as marcas etc. Mas chatos, chatos, muito chatos.

O mundo da moda que vejo espalhado na www por ai é boring. Não existe estilo, só um bando de patricinhas correndo em manada atrás da última tendência. E daí que esse é o inverno do mullet? Todas tem uma saia ou vestido assim. E ai, parece que vira obrigação todo mundo também ter. [Parentese:  Que me desculpem as fashinionistas, mas mullet é ridículo. Ok, tem que ache bonito, mas eu acho horroroso e jamais vou usar só porque é tendência.]

Loboutin? TODAS têm. Ok, os sapatos são bonitos, legais, etc. Mas é que tudo é tão igual, padrão e óbvio que não sei realmente qual é a inspiração que as leitoras desses blogs de moda enxergam nessas garotas. Sério, vamos ser realistas: quantas pessoas no mundo tem dinheiro para pagar R$ 3 mil num sapato? A tendência do inverno é colar gola. Sério? Sabem há quanto tempo colar gola é vendido pela Un vestido y un amor? Pois é. As fashionistas descobriram agora algo que é clichê para quem realmente tem um estilo (no caso, o sessentista).

Definitivamente, a única coisa que uma leitora desses blogs de moda consegue, na minha visão, nesses espaços é descobrir que ela precisa comprar a roupa que está na vitrine dos shoppings. Precisa entrar num blog pra isso?

Estilo não tem nada a ver com usar grifes da cabeça aos pés ou ter tudo das últimas tendências. Significa saber expressar seu eu interior por meio das roupas, calçados e acessórios que você usa. E isso, gente, não há blog no mundo que ensine.

Ps. Para encerrar, deixo para vocês o depoimento de uma das seguranças da SPWF sobre o que é moda para ela. Virei fã!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Lições do 27º aniversário


Fazer aniversário sempre me faz parar e repensar os erros e acertos do ano que passou e da vida em geral. Procuro sempre olhar e ver se tenho sido uma pessoa melhor ou. Analiso os desafios, os dilemas, os problemas que aconteceram, como lidei com eles e o que poderia ter sido feito diferente.

Acho que poucos anos foram tão intensos na minha vida como esse que passou. Foram muitas lições aprendidas e muitas situações novas, com as quais não sabia lidar, que vivi. Aprendi a amar e descobri a diferença entre amor, carinho e paixão. Também descobri a responsabilidade que um sentimento tão grande e tão importante exige de nós. Aprendi que é preciso se dedicar, ser transparente o tempo inteiro, ter lado, ter paciência, tentar compreender, tentar não perder a cabeça nos momentos difíceis (que foram vários). E que tudo isso é cansativo, é pesado e pode acabar com esse sentimento tão lindo se você não souber viver tudo isso como deve ser vivido. Aprendi que egoísmo não combina com amor e que amar é, antes de tudo, se por no lugar do outro (sim, é clichê, mas é incrível como é difícil viver esse clichê no dia-a-dia de um relacionamento).

Fico feliz que uma lição tão grande e importante tenha sido me dada após outra lição que aprendi, no ano anterior: a de saber SE amar. Não tem como você amar verdadeiramente alguém se você não se ama. Porque é o amor próprio que equilibra a balança e faz com que você saiba qual situação você tem que entender e esperar e qual você tem que bater o pé e insistir no seu ponto de vista. E não saber essa lição pode inviabilizar qualquer relacionamento, por mais que o amor seja daqueles para a vida inteira. Aprendi, ainda, que quando você realmente ama alguém e é amado, não pode existir espaço para medos ou vergonhas. Confiança só se contrói com o cultivo diário da verdade e o longo prazo só se sustenta se as coisas forem assim. Se não há confiança mútua, se você tem medo de falar algo para a pessoa que você ama, você tem um problema muito grande na sua vida. Mesmo que a verdade seja dura, ela precisa ser dita, desenhada e legendada em braile.

E por que se dedicar tanto se não amar é mais fácil? Porque a recompensa recebida não tem preço. Nenhum dinheiro do mundo paga a sensação que é olhar para o amor da sua vida e vê-lo sorrindo para você, por você. Entender o quanto isso é grandioso e o real valor de algo que parece tão singelo é uma lição para a vida que poucas pessoas aprendem.

Outro aprendizado gigantesco que tive nesse ano que passou está relacionado ao perdão. É incrível como é bom e como você se transforma quando você aprende a perdoar. Eu sempre fui uma pessoa “coração mole” (ou, como me dizem algumas amigas, boazinha demais, quase tonta). Só que, quando pela primeira vez na vida passei por uma situação realmente difícil, eu fiquei muito magoada, remoendo raiva. Isso fez com que eu me comportasse de algumas maneiras que não gosto. Me portei como vítima, fiz pessoas sentirem pena de mim, falei mal da pessoa com a qual tive um atrito. Não, isso não é legal, não é bacana, por mais que eu tivesse toda a razão do mundo.  Nada é mais humilhante para um ser humano que despertar pena nos outros, e foi exatamente o que fiz, motivada pelo ódio, pela mágoa. Fiz com que as pessoas tivesse raivam de outrém e pena de mim e eu não me orgulho disso. Porque eu não ganhei absolutamente NADA de bom para mim com esse comportamento.

Mas, no ano que passou, eu consegui perdoar. Perdoar de maneira sincera, do fundo do coração. E se livrar da mágoa, da raiva, é a melhor coisa que pode acontecer para você mesma. Perdoar te dá uma sensação incrível de liberdade, de felicidade, de paz de espírito, de estar bem consigo mesma. Você olhar no fundo do olho de alguém que você não suportava e sentir carinho, não sentir nada ruim é uma sensação indescritível, que traz uma paz de espírito infinita. Principalmente quando a pessoa em questão é uma das suas melhores amigas há anos. E o melhor de tudo: consegui admitir que errei e pedir desculpas pelo meu comportamento. Normalmente eu diria: não tenho motivo nenhum para pedir desculpas para alguém que me magoou e traiu. Só que o ato de perdoar passa pela conscientização de todos errados, incluindo quem é “vítima”. Portanto, saber pedir desculpas é algo intríseco ao perdão.

Por último, nesse ano que passou, eu aprendi como é péssimo julgar o outro. Porque julguei e por ter sido julgada, tenho vergonha por mim e por outros. Incrível como o ser humano, fingindo ser amigo, gosta de julgar, condenar, punir, apenas pelo “circo”. Não importa se a justiça está sendo feito, se a vítima está sendo confortada. O que importa é a fofoca, a desgraça alheia, as ofensas, o choro, o grito de dor, o pão e circo. Longe de mim me achar perfeita – tenho muita consciência de todos os meus aspectos negativos – mas eu me orgulho de ter aprendido que não é jogando lenha na fogueira que se apaga o fogo e ter trazido essa lição para a minha rotina. Do fundo do coração, eu só desejo que algumas pessoas possam por a mão na consciência e enxergarem quanto elas fazem de mal fingindo estar “sendo amiga e fazendo o bem”.

E desejo simplesmente porque aprendi essa lição e tenho plena consciência do quanto a paz de deitar e dormir sem nenhum peso na consciência, ciente de que você fez o possível para fazer feliz as pessoas que você ama e com as quais se importa, é o maior bem que você pode fazer para si mesma.