quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tik tok, tik tok, tik tok...


O tempo passa. Só que não. Você olha. O tempo se arrasta. O estômago dói. Você sente a presença dela. Ela chega, senta e, daquele jeito que só ela tem, ela olha para você. Você fica hipnotizada. Ela tira os óculos e o coloca no seu rosto. Você só passar a enxergar o que ela quer que você veja. Sua visão de mundo passa a ser a dela. Tudo fica demorado. Lento. Dá sono. Dá medo. Dá vontade de arrancar os cabelos fora. 

As unhas. Pra que elas servem mesmo? Para nada, claro. Então, vamos comer o esmalte. Acabar com ele lentamente. Em seguida, as unhas. Roê-las, comê-las, até sangrar. E a fome? Sim, você sente aquela fome insuportável. E se entope de comida. E de bebida. E de comida. E de bebida. E de tudo. Você come como se o mundo fosse acabar. Você fuma? Não é o meu caso, mas caso sua resposta seja sim, prepare-se: você vai detonar maços e maços de cigarro. E nada adianta. Latas de ceveja, maços de cigarros, barras de chocolate.

Você olha no relógio. Olha pela janela o mundo lá fora. Ela continua aqui, sentada ao seu lado. Lá fora, o sol começa a se por. A tarde começa a cair. A noite começa a dar os primeiros ares. E o que importa?

A garganta começa a ganhar vida própria. Ela quer soltar coisas para fora. Em alto e bom som. Vontade de gritar, berrar, urrar. Vontade de sair pulando feito louca. Vontade de saltitar, jogar tudo para o ar, tacar água nos outros, jogar cerveja na cabeça. Vontade de escrever alucinadamente no twitter. Trabalhar para quê?

Tudo isso junto, ao mesmo tempo.

Ela, continua ali, sentada. Você olha de novo para o relógio.

Tik tok, tik tok, tik tok.

Ainda faltam 5h para o jogo.


 E a dona ansiedade não sai de perto de você. 

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