quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Complexo

(escrito em 10 de julho de 2011)


Tenho dois lados antagônicos que travam uma batalha ferrenha dentro de mim. E está cada vez mais insuportável conviver com ambos, agora que eles resolveram adiantar a crise dos trinta.

De repente, bateu um medo terrível de morrer velha, sozinha, e sem ninguém. De ficar para tia. De não conseguir ter uma família. Ou ter uma família desestruturada. Bateu medo de nunca conseguir viver um amor equilibrado, longo, para sempre (lembrando que o pra sempre, sempre acaba).

Ressalte-se que ando muito em paz com vida pessoal e trabalho. Feliz como há muito não estava. Então, por que raios desabo a chorar na madrugada, achando que o mundo vai acabar?

Pois é, não é fácil conviver com o dark side of moon que toda mulher complexa como sou tem. Daí meu outro lado, o que se mostra e brilha, me lembra que a arte da felicidade está na simplicidade, nas pequenas coisas e momentos de cada dia. Que o choro está no complexo, e não no simples.

E eu concluo que meu grande desafio nessa fase serena da vida é saber lidar com o simples e ser cada vez mais simples. Desafio gigante para a complexidade em pessoa que sou.

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