quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sorrir

Pequenos mimos. Pequenas gentilezas. Tudo simples, bonitinho. Um bom dia, boa tarde, boa noite. Aquela preocupação com a sua tosse. Uma longa conversa sobre o nada. A confissão de que o que importa é a companhia, o olhar. O ato de dividir um lanche. O comentário sobre aquele seu texto. Uma surpresa inesperada. A ligação fora de hora só pra dar “oi”. O olhar de conforto quando você está aflita. Aquela sensação de, apesar da saudade/distância, saber que tem alguém que gostaria de te dar um abraço agora. De estar com você. De te ouvir falar sobre qualquer coisa porque, no final, é a sua presença que importa.

Pequenas atitudes, pequenas rotinas diárias que há muito não faziam parte da minha vida. E que estou redescobrindo agora, durante meu inferno astral, perto de completar 26 anos. Coisas tão necessárias, tão lindas e tão maravilhosas de serem praticadas que esquecemos no trator que é essa tal de vida. A arte de olhar pra alguém e ver mais do que aquilo que ela aparenta ser – mas o que é realmente, com seus defeitos, mas, principalmente, suas virtudes. Porque, ao final, defeitos todos temos. Mas o que torna alguém diferente, especial, único?

Cada vez mais penso que perdemos a capacidade de enxergar as pessoas como elas são de verdade. Vamos nos guiando por aparências, por atitudes, e esquecemos de ver quem realmente está na nossa frente. Quem é aquela pessoa com a qual desejamos estar. E quando somos capazes de readquirir essa virtude, um mundo todo novo surge a nossa frente.

Pra quem é especialista em ser o que ninguém acha que eu sou, é muito bom ver que nem todo mundo perdeu essa capacidade de enxergar a alma do outro.

E é isso que está me fazendo ver o mundo e as pessoas com outros olhos. E não perder a fé nas pessoas. E sorrir deliciosamente, verdadeiramente, sinceramente.

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